O psicólogo Gélson Luís Roberto (foto) abriu, dia 22 de maio, a programação do Seminário Família em Movimento - Um olhar contemporâneo sobre as relações à luz do Espiritismo. Realizado pelo Departamento de Assuntos da Família da Sociedade Espírita Amor e Caridade, o evento proporciona a discussão de temas importantes relacionados à convivência familiar nos dias de hoje.
Segundo Gélson, as inúmeras transformações sociais dos tempos pós-modernos causaram grande impacto na vida das pessoas e na forma como hoje se vê o mundo.
Uma das alterações mais profundas foi a redução da convivência familiar. “O espaço familiar ficou como espaço de transição”, afirmou, lembrando que muitas vezes o lar é local usado somente como dormitório, não havendo tempo nem mesmo para a conversa entre os membros da família.
A perda dos referenciais como família, religião, fé, tem causado grande mal às pessoas. “Há grande dificuldade em saber o que é certo e o que é errado”, disse. Lembrou que a sociedade está sendo atingida pelo entorpecimento psíquico. “As pessoas estão anestesiadas emocionalmente, estão cansadas e dão espaço para as doenças autodestrutivas, como o stress, pânico, depressão”.
Frustração
A forma de vida atual, entende Gélson Roberto, causa muita frustração. “O sujeito pós-moderno é um eterno insatisfeito, está frustrado com a realidade, valoriza a imagem e, com isso, amplia o vazio em que se encontra”.
As relações, por consequência, tornam-se superficiais, sem profundidade, sendo rompidas quando não atendem mais às necessidades de um dos envolvidos. “Estamos vivendo a invasão da racionalidade prática, perdendo a realidade poética”.
Prazer do consumo
O consumo tem sido o único prazer para as pessoas. “Os shoppings são os grandes templos da atualidade. É lá onde a vida se dá”, afirmou Gélson, destacando que grande parte das necessidades das pessoas são criadas a partir de estímulos como a propaganda e o excesso de competitividade reinante no momento atual. “Diante da frustração o indivíduo compra algum objeto para preencher o vazio, só que este vazio não será preenchido por objetos comprados, gerando cada vez mais frustração.
O consumo de medicamentos tem sido, segundo ele, outra alternativa corriqueira. Neste momento, o homem não admite tristeza, quer resolver as frustrações com medicamentos, como se anestesiado fosse mais fácil debelar o problema. “Há pessoas que a qualquer sinal de tristeza se valem de remédios. Não enfrentam as situações, não resistem”, completou Gélson Roberto.
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