11.12.09

A caridade do tempo


Poucas vezes pensamos sobre a passagem do tempo. Este mês, quando o Natal se anuncia e o ano finda, dando início a um novo ciclo, é uma destas exceções.
É o mês de ações no estilo planejar o futuro, traçar metas, implementar mudanças, avaliar as ações e os resultados obtidos até então. Para muitos é uma oportunidade onde ocorre um verdadeiro balanço sobre a existência.
Neste período, em muitos de nós surge a vontade em canalizar as energias em auxílio aos irmãos sofredores. A primeira ideia é a da dedicação de algum tempo às entidades assistenciais, no engajamento em algum trabalho comunitário relacionado às causas nobres de auxílio desinteressado.
No entanto, passada a euforia inicial, o clima propício de reflexão, volta-se à realidade normal do dia a dia e as ideias vão esmorecendo, sendo relegadas ao arquivo da memória, para, quem sabe, serem retomadas somente na chegada de um novo ciclo, no final do ano seguinte.

Não sabemos muito bem os talentos que possuímos. Desconhecemos as necessidades dos irmãos. Enfim, as dificuldades parecem inúmeras e intransponíveis, contribuindo para o arquivamento da boa intenção inicial.
Porém, se não temos muito, pouco podemos ofertar. Se não dispomos de talentos especiais, certamente algo temos que falte ao nosso irmão.
Segundo o espírito André Luiz, todos nós dispomos da caridade do tempo. Ou seja, está ao nosso alcance a possibilidade de utilizar estas horas dadas pelo nosso Criador para auxiliar o nosso irmão necessitado.
Propõe que devemos doar nossos esforços para atender aos anseios dos semelhantes. Não prega a dedicação exclusiva, o trabalho obsessivo. Destaca que todos nós podemos doar pelo menos uma ínfima parte da nossa existência. Não necessariamente décadas, anos, semanas ou dias. Um minuto que seja poderá fazer a diferença.
Destaca que, às vezes, atitudes simples como calar para que alguém fale já é um ato de caridade, de valorização do tempo e do nosso irmão. “Não nos esqueçamos de articular oportunidades em auxílio de outrem”.
A tarefa está ao alcance de todos. Se não é possível fazer a obra monumental como talvez nosso ego desejasse, que, ao menos, façamos a que estiver ao nosso alcance. Não é necessário, portanto, que os planos gerados neste periodo fiquem guardados para o futuro. É tempo de começar.

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