11.9.10

O dever de cada um

O dever é o conjunto das prescrições da lei moral, a regra pela qual o homem deve conduzir-se nas relações com seus semelhantes e com o Universo interiro".
Leon Denis - Depois da Morte

Dever é o mesmo que obrigação, compromisso e encargo. Nas nossas relações diárias conhecemos nossos deveres a partir de atos singelos como a aquisição de um bem. Numa transação comercial, adquirimos o direito de receber uma mercadoria a partir  do cumprimento de uma obrigação, o pagamento.
Aqui, no entanto, o dever que analisamos não é o decorrente das relações comerciais, nem do sistema de valores formado pelas Ciências Jurídicas. O dever, a obrigação que nos cabe discorrer é o compromisso que temos enquanto criaturas da divindade. A mensagem publicada em O Evangelho Segundo o Espiritismo, no Capítulo XVII, pelo espírito Lázaro, colhido em Paris, no ano de 1863, é reveladora. Diz que o dever é a lei da vida, á uma obrigação moral. Segundo ela, nós temos uma obrigação ou dever moral conosco mesmos. Dito assim, pode parecer um incentivo ao individualismo, ao egoísmo. Mas, efetivamente não é.
Senão vejamos: como podemos conjugar o verbo amar se não temos amor-próprio? Como podemos conjugar o verbo tolerar se, em muitos casos, não toleramos nossas próprias fraquezas e ficamos remoendo por não ter feito o que queríamos com a perfeição que desejávamos?
O certo é que, às vezes, nos encantamos com a caridade, queremos efetivamente ser bons e úteis para com o próximo. Porém,  em alguns casos, não somos ainda bons e úteis conosco mesmos.  
E devemos sê-lo!
Cabe, ainda lembrar que o fato de termos o  compromisso em buscar inicialmente a harmonia em nossa existência, o autoconhecimento, de trabalhar  incesssantemente  pela nossa melhoria não significa que vamos construir um mundo particular, onde só importa o interesse próprio. 
Em nossa longa trajetória, inicada com o nascimento do espírito, passando pelos estágios de aperfeiçoamento, de evolução,  o caminho é longo. São necessárias inúmeras idas e vindas, cabendo a todos nós  o dever fundamental  de investir no nosso próprio crescimento individual.  
Para tanto recebemos de nosso Pai duas ferramentas de vital importância neste processo: a inteligência e o livre-arbítrio que, se bem utilizados, proporcionarão nosso desenvolvimento ao longo do tempo. 
O dever não é igual para todos. Ele varia conforme as condições de cada um. “A prática constante do dever leva-nos ao aperfeiçoamento”, afirma Leon Denis. O escritor francês explica que o apefeiçoamento será apressado se estudarmos primeiro nós mesmos, com atenção, submetendo os nosso atos a um exame escrupuloso.
É, assim, nosso dever, aprender a amar, a compreender, a ser caridoso, e tolerante  para com nosso próprio ser. Com isso, mais fácil será desenvolver o amor a Deus e a nossos semelhantes.

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