6.10.10

Crianças não são folhas em branco

Durante muito tempo predominou a visão de que as crianças nasciam para fazer sua história a partir do marco zero. Tanto é assim que foi largamente usado o exemplo da folha em branco para demonstrar que o indivíduo vinha ao mundo sem nenhum histórico. Ou seja, a criança era um ser imaculado, sem maldade, sem tendências, sem conhecimento, dependente tão somente das orientações familiares.
Com o advento da Doutrina Espírita a humanidade foi esclarecida de que todos os seres que encarnam na Terra são indivíduos que já trilharam longa jornada. Assim, ao nascer são angelicais no formato corporal, mas são dotadas de informações de outras existências, tendências boas ou negativas. “É certo que, no corpo infantil encontra-se, normalmente, um espírito com alta carga de vivências, nem sempre dignificantes, merecendo, por isso mesmo, salutar orientação desde muito cedo e do equilíbrio direcionador para as ações saudáveis”, afirma com propriedade o espírito Joanna de Ângelis, na obra Constelação Familiar, psicogrado por Divaldo Pereira Franco.

Curiosidade natural 
Impulsionada pela curiosidade natural de aprender, a criança buscará nos primeiros anos de vida estabelecer padrões que o acompanharão por muito tempo. O espírito, neste período, encontra-se receptivo às diversas sugestões advindas das novas experiências. No dizer de Divaldo, “a criança é argila moldável, aguardando as mãos do diligente oleiro que lhe dará forma e conteúdo”. 

Envolvimento familiar
Assim, o envolvimento familiar no processo de crescimento e na viabilização  da criança como indivíduo  é de vital importância.  Os exemplos diários funcionam como estímulos no processo de aprendizado.  
O ambiente familiar e todas as relações advindas daí formam uma grande escola. Através das experiências domésticas, as crianças vão recebendo informações importantes para proporcionar um crescimento sadio tanto físico  e intelectual quanto moral.

Formação de hábitos
Hábitos de higiene, boas maneiras,    organização, sociabilidade são adquiridos primeiro em casa, através da imitação dos procedimentos cotidianos, e depois exercitados na convivência social, no contato com professores,  colegas e amigos. Na conjunção destas vivências familiar e social se constitui o indivíduo  que um dia conquistará sua autonomia.    
Dar atenção às crianças, orientação, instrução intelectual e religiosa, liberdade com respeito, com limites, é papel dos familiares.  Os pais têm  maior carga de responsabilidade pois são os exemplos que os filhos levarão por toda a existência. 

Livre arbítrio
Como todos seres humanos são dotados de livre arbítrio,  pode ocorrer que, apesar dos esforços paternos, o indivíduo opte por caminhos tortuosos, desprezando os hábitos familiares.  Neste caso, não devem se punir os genitores, tendo em vista que, às vezes, o indivíduo sucumbe às suas tendências negativas  que se apresentam de maneira irresistível em determinada encarnação.

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