As coisas que saem da boca vêm do coração |
por Denise Besouchet
Conta-se que indo Jesus jantar com um fariseu, e havendo entrado e sentado à mesa este o indagou sobre o motivo de seus discípulos violarem a tradição que mandava lavar as mãos antes de comer. Jesus respondeu:
“- E vós também, por que transgredis o mandamento de Deus?”.
Jesus se referia a todos os homens que haviam negligenciado os verdadeiros mandamentos quando deram mais importância aos atos exteriores ao invés de se reformar moralmente. E ele os chamou de hipócritas. E citou Isaias que já havia profetizado: “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim.”
Lavar as mãos
Naquela época, tanto quanto hoje era importante o hábito de lavar as mãos antes de comer como forma de preservar a saúde. Mas ele nos disse: “Ouvi e entendei. Não é o que entra, mas o que sai da boca do homem que o torna imundo.” Porque sua boca fala do que está cheio o coração. Tudo que entra pela boca desce ao ventre e se lança depois os dejetos. Porém, as coisas que saem da boca vêm do coração. E saem os maus pensamentos, que darão origem a ações maldosas.
Mas ao longo do tempo, até por necessidade, o homem foi aprendendo a dissimular e de tanto repetir pode perder o rumo. E aí começa a usar de subterfúgios. Chama maledicência (fofoca) de comentário. Julgamento passa a ser observação e assim por diante. Com isso, muitas palavras ganham sentidos diversos e o homem vai, deliberadamente, criando estratégias para amenizar a atitude.
Dom da palavra
Ao homem Deus deu o dom da palavra. Ela deve servir para a comunicação, um intercâmbio necessário na vivência social que permita o crescimento de todos. É ferramenta que se usada com sabedoria é capaz de trazer consolo, coragem, fé. No entanto, se usada
inconsequentemente traz infelicidade, afasta as pessoas, envenena e adoece. Há de se ter cuidado porque, dizem, uma língua afiada pode cortar o próprio pescoço!
Atos e palavras
O Evangelho Segundo o Espiritismo traz em seu Cap. VIII, item 8, a lição de Jesus que nos faz refletir sobre a coerência ou não de nossos atos e palavras com o nosso desejo de melhorar. “A finalidade das religiões é conduzir o homem à Deus. Mas o homem não chega a Deus enquanto não estiver perfeito.” Então aquele que quer ir diminuindo suas imperfeições deve ficar atento a todas as oportunidades que lhe surgem e que podem ser aproveitadas ao menos, para refletir.
Jesus, conhecendo nossas limitações e entendendo as nossas fragilidades nos assinalava a importância de vigiar. Alertava da necessidade de vigiar nossos pensamentos, palavras e ações e orar. Mas não usar da oração para pedir coisas que pensamos merecer. A oração é ferramenta importante não para pedir isenção das provas necessárias mas para apelar à misericórdia de Deus a fim de que nossas forças possam bem suportá-las.
Assim, buscando todos os dias um rumo melhor para nossos passos iremos construindo nosso crescimento espiritual e colaborando para que a Terra venha a ser um planeta onde o Bem possa se expressar em todos os corações.
Linda mensagem. :)
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPrezada Irmã, acredito que tenha havido um equívoco quanto ao profeta Elias. Na realidade o profeta citado no texto deve ser o Isaías.
ResponderExcluirJesus disse-lhes: Isaías com muita razão profetizou de vós, hipócritas, quando escreveu: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. (São Marcos 7,6)
Muita Paz
Caro Irmão Marcos André, sua observação é pertinente. Obrigado pela contribuição!
Excluir