Cada época da humanidade traz consigo diferentes valores. Ao olhar para os valores que temos hoje vemos que alguns são bem diferentes dos que acreditávamos essenciais tempos atrás. Mas os valores fundamentais da vida, aqueles que nos dão segurança são os que se mostram imutáveis ao longo do tempo.
Ser manso e pacífico, como recomendava Jesus, por muito tempo significou ser frágil, fraco ou covarde. Aqueles que hoje olham com mais atenção sabem que para ser manso e pacífico é necessária coragem, controle, enfim, autoconhecimento. Era esta a mansidão e a pacificação esperadas por Ele que sabia o real valor destas virtudes.
Por muito tempo os bens da Terra, que podem trazer poder e riqueza, foram amealhados pelos violentos através da força bruta ou do constrangimento. Aos mansos muitas vezes faltou mesmo o necessário para uma sobrevivência digna. Então o Evangelho Segundo o Espiritismo nos vem afirmar: “Bem-aventurados os mansos e pacíficos porque eles possuirão a Terra... Bem-aventurados os mansos e pacíficos porque serão chamados filhos de Deus.”
Para desenvolver a mansidão e encontrar a paz precisamos fortalecer algumas virtudes como a afabilidade e a doçura, a paciência, a obediência e a resignação. É um trabalho diário que precisa ser realizado incansavelmente. É necessário que pela repetição, estas virtudes possam ser transformadas em hábitos. Uma vez que nós nos habituarmos a elas serão então de fato ferramentas de transformação profunda. Serão aquisições. Tornam-se tesouros imperecíveis.
Em “O Pequeno Príncipe”, o menino veio de um planeta bem pequeno onde nascem roseiras e também baobás, que são árvores muito grandes com raízes fortes e profundas. Logo que brotam, roseiras e baobás são muito parecidos. Então diariamente, logo pela manhã, ele observava e arrancava os baobás que brotavam em meio ao roseiral. Ele sabia que as rosas tinham espinhos. Mas com os devidos cuidados podia usufruir de sua beleza e de seu perfume apesar dos espinhos. Os baobás, porém, se crescessem poderiam até rachar seu pequeno planeta. E depois das raízes se firmarem seria muito difícil arrancá-los.
O mesmo acontece com nossas más tendências que “brotam” com aparência de que poderemos administrá-las ao longo da vida. Não nos enganemos. Uma vez fincadas as raízes na profundidade de nosso ser difícil será nos transformarmos. Vigiar e “limpar” nossa casa mental diariamente pode não ser tarefa agradável, mas é bastante eficiente. Portanto é urgente reconhecer em nós nossas imperfeições. É urgente agir para transformá-las em virtudes. A imensa bondade de Deus nos permite rever valores, resignificar sentimentos e agir no bem.
O olhar carinhoso e compassivo de Jesus repousa ainda sobre nós. Sejamos mansos e pacíficos e assim pacificaremos a Terra.
por Denise Besouchet
Dir. do DAPSE
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