10.6.11

A Lei de Causa e Efeito

Por Solano Reis*

Mesmo que  ignore, que desconheça, o homem está ininterruptamente sujeito, como todos os seres do universo, à ação de  leis e de alguns princípios silenciosos, invisíveis, mas, que de maneira imperceptível atuam de forma decisiva.
São as leis naturais, que regulam o funcionamento de todas as coisas. Estas leis não podem ser derrogadas, não podem ser suspensas.  
Nossa vida transcorre dia após dia, ação após ação, sem que tenhamos a necessidade de pensar sobre as leis universais. Poderemos mesmo viver toda uma existência corporal sem pensar sobre isso.
No entanto, é de bom alvitre que se pense pelo menos um pouco sobre os objetivos da vida, os fatos que ocorrem conosco e ao nosso redor, as pessoas que nos cercam e sobre as situações reais e imaginárias de nossa existência.  É um exercício no mínimo interessante.
A Lei da Ação e Reação, chamada de terceira lei de Isaac Newton, prevê que  “a toda ação há sempre oposta uma reação igual, ou, as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas a partes opostas”.
A Lei de Newton tem aplicação no mundo físico. Para a vida espiritual, extrafísica,  o mesmo princípio  é aplicado, porém no sentido moral, através da Lei de Causa e Efeito. 
Assim, à toda ação do ser segue-se um efeito, não necessariamente imediato como na Ação e Reação. Senão vejamos, todos nós somos dotados de inteligência e livre-arbítrio. Da conjunção destas ferramentas no dia a dia, vamos colhendo nossos resultados. Clássico exemplo  é o do agricultor que lança na terra uma determinada semente. É certo que, se as condições climáticas forem as ideais, se o solo receber a quantidade necessária de água e calor, esta semente germinará e os frutos serão colhidos no seu tempo. O fruto corresponderá sempre à semente plantada.
Então, se um indivíduo lançar suas sementes causando um mal  qualquer a alguém, colherá da mesma forma os efeitos deste mal. 
Nossa vivência toda é regida por este princípio. Assim, nossas ações positivas ou negativas vão gerando energias que serão importantes nas nossas vivências, atual ou  futura. Tanto que podemos dizer que somos hoje resultado das nossas ações no passado e que nas outras vidas que nos aguardam seremos reflexos do que fizermos por aqui.
A ação, então, é tudo que fizemos no dia a dia. Todos os atos, todos os pensamentos. Fazer ou deixar de fazer, agir ou não agir. A reação, por seu turno, nada mais é do que uma resposta – boa ou má –, em razão de nossas ações. A reação é simplesmente uma resposta, nada mais. 
É claro que não devemos identificar aí uma regra hermética. A causa e efeito não é uma lei de vingança. Nós mesmos, os agentes causadores, temos condições de minorar os efeitos,  através da reparação dos danos, da mudança de atitudes, do perdão, da piedade, da melhoria no nível de pensamento, da prece, da mudança na prática diária das nossas ações.

Caminhos futuros

O objetivo da Lei de Causa e Efeito é a Justiça Divina. Como todos estão sujeitos aos efeitos de seus próprios atos, ao longo do tempo, após número infindável de encarnações, os seres poderão colher os resultados do progresso que colheram na caminhada. 
Através do uso da inteligência e do livre arbítrio vão reduzindo as ações negativas, consequentemente reduzindo assim as reparações e o sofrimento. 
Cabe ao homem, portanto, escrever o seu destino. Somente ele, pelo uso que faz de seus atributos intelectuais e morais,  pode definir os caminhos que serão traçados no futuro, se venturosos ou não. 
Suas ações no dia a dia, suas próprias escolhas, são fatores fundamentais e definidores de sua história espiritual.

*Solano Reis é expositor espírita e coordenador do ESDE- Estudos Sistematizado da Doutrina Espírita, da Sociedade Espírita Amor e  Caridade.


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