11.7.11

Não é o acaso que nos traz a esta vida

Muitos são os que limitam a vida como sendo o período que vai do berço ao túmulo. Muitos fazem reflexões tentando entender os mistérios que envolvem o chegar e o partir deste mundo. Poucos são os que de fato buscam respostas mas que já adivinham que deve haver um motivo para que estejamos aqui. O que é unânime é o fato de todos perceberem que este é um período passageiro. Como tal, inicia-se e, em determinado momento, finda.
Não é o acaso que nos traz a esta vida. Não é ele quem nos reúne e nos coloca desafios e compensações. Há sim um motivo grande e intransferível que, por vezes, pode escapar à nossa compreensão. Sendo Deus imensamente bom e justo tudo aquilo que acontece à sua criação tem uma causa justa e um fim útil. A vida é uma só. Ela sofre as transformações necessárias à medida que vamos avançando. Não é difícil observar estes ciclos na natureza. A lagarta só irá voar depois de passar pela transformação na crisálida que prepara suas asas de borboleta. É assim também no reino vegetal, onde a semente que morre trigo, renasce no pão.  
O homem também se vê sujeito às transformações naturais da vida, porém, para cumprir os designos de Deus, mantém sua individualidade após a morte do corpo físico.
 
Vê, conforme seu grau de evolução, os enganos que cometeu e pede a oportunidade de repará-los. Vê os avanços que conseguiu desenvolver e sente a satisfação do resultado de seu esforço. Acompanha, se lhe for permitido, aqueles que amaram na Terra. E prepara-se. 
Longa é a estrada da evolução e muitos são os estágios que cada um cumpre até alcançar o desenvolvimento necessário. Neste caminho natural, as estações se sucedem no seu ritmo, inexoravelmente.
Uma antiga história pode nos fazer refletir. Um bondoso rei tinha um grande jardim onde vivia o mais lindo bambu que já se viu. Sua ramagem viçosa esvoaçava ao sabor da brisa. Era admirado e vivia feliz. Um dia o senhor do jardim aproximou-se e disse-lhe que precisava de seu auxílio. Emocionado o lindo bambu colocou-se inteiramente a disposição de seu amado senhor. Então com muito cuidado o senhor disse-lhe que para ser útil teria que ser cortado. O bambu assustou-se e chegou mesmo a empalidecer. Ser cortado seria a morte. Refletiu, não por muito tempo, e disse: - Seja feita a sua vontade!
Assim o senhor do jardim cortou-o e colocou uma extremidade em uma fonte que havia no meio do jardim. 
A água fresca pode então correr através do bambu e foi irrigar as terras do outro lado que eram secas e onde nada nascia. Dizem que muitas famílias puderam se alimentar depois que o bambu levou água àquelas terras.
Como bem diz Léon Denis, em O Problema do Ser, do Destino e da Dor, “em toda a parte, a Natureza procede com sabedoria, método e morosidade”.  Ensina   mais o escritor francês: “o nosso futuro está em nossas mãos e as nossas facilidades para o bem aumentam na razão direta dos nossos esforços ”.
“A Natureza não nos dá a morte senão para dar-nos a vida”, completa Denis.

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