5.8.11

A disciplina

Do Mini Aurélio, Dicionário da Língua Portuguesa: Disciplina:
1. Regime de ordem imposta ou mesmo consentida. 2. Ordem que convém ao bom funcionamento de uma organização.
Demonstram-nos os estudos antropológicos que o ser humano é uma constante evolução sobre o planeta, tanto no aspecto biológico de sua espécie quanto das técnicas que sua inteligência é capaz de criar e deixar como herança às gerações sucessivas.
Observamos também que, para fazer jus a essas heranças, as gerações atuais necessitam cada vez mais preparo educacional para poder usufruir dessas evoluções.
Ora, em falando-se de educação, lembra-se de disciplina.
Quanto mais o ser humano evolui, mais ele conscientiza-se da necessidade do desenvolvimento da disciplina. Não aquela disciplina estreita de um regime restritivo, tais como culturas ou sociedades fanatizadas ou ambientes militares filosoficamente situados em séculos passados, mas daquela disciplina consentida, entendida como benéfica para o bom funcionamento de uma organização.
E essas organizações começam pela mais complexa e mais próxima de todos nós: nosso próprio ser.
No lar é onde aprendemos os princípios básicos da disciplina para a sobrevivência, qualidade de vida e relacionamento. O lar, na vida terrena, é o cadinho fervente onde podemos, com toda a autoridade e responsabilidade conferida por Deus, conduzir a matéria prima que está em nossas mãos, aguardando formação de sua identidade: os filhos. Sejam eles de que forma nos chegarem.
Como adeptos da Doutrina Espírita, sabemos que nossas vidas não começam nem se encerram nessa existência terrestre, apenas passam preciosas existências por aqui.
E por isso nossas disciplinas apreendidas ao longo dessas existências nunca são perdidas, mas acrescidas ao nosso ser imortal.
Pois essa é a principal missão da Doutrina Espírita: educar, esclarecer, revelar. O Espiritismo é, pois, a terceira revelação predita por Jesus.
E por conseqüência dessa revelação, a Doutrina consola, ampara, fortalece.
E por que só no século dezenove esta nos foi relevada?
Pelo mesmo motivo dos ensinamentos contidos nas passagens de Moisés e do Cristo Jesus pela Terra: tudo a seu tempo, à sua hora. 
A humanidade, assim como cada ser que a compõe, é feita de espíritos imortais, e que precisamos evoluir, acumular conhecimentos, tornarmo-nos conscientes de forma a estarmos em condições de receber a luz que nos está reservada.
O comparativo a um aluno da escola fundamental é o mesmo: não podemos ensinar-lhe a teoria da relatividade nessa ocasião. É necessário que a sua mente percorra um caminho evolutivo e disciplinador até que haja condições de receber esta “revelação”.
Fundamentalmente, nossa educação de sentimentos é a disciplina. 
A necessidade de desenvolvermos mecanismos internos para interpretar, avaliar, desenvolver o limite do autocontrole é o que nos dará condições de tomarmos decisões, condição necessária para podermos fazer bom uso do nosso livre-arbítrio.
E todas as contingências dessa existência terrestre, desde ao início da encarnação (que começa antes da concepção) até o desligamento do corpo, são exercício permanente clamando nossa atuação, na forma de ação e reação aos desafios e revelações, tudo voltado ao desenvolvimento da Luz Divina, latente em todos nós desde a criação, pelo Pai Maior.
Nos menores caminhos percorridos por nós, a disciplina precisa ser parte integrante da vida, pois através dela organizamos nossos pensamentos, nossa vontade, nossos sentimentos, nossa fé, e assim poderemos conquistar nossa felicidade.

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