6.9.11

A arte de viver

Homem Vitruviano - Leonardo da Vinci,
Produto do pensamento humano, com origem e inspiração do Divino, a arte é uma das mais intensas formas de expressão da riqueza do espírito.
Através da arte, em suas inúmeras ações e materiali-zações do pensamento, diz-se em ideias, traços, formas ou sons, do sentimento que vai n’alma do artista, e dos que dele recebem o toque artístico, desdobrando esta onda inicial em propagações que cada um interpreta e multiplica a seu modo muito particular.
O objetivo primordial da arte é impressionar, comunicar, sensibilizar, despertar.
Em se falando da arte teatral, e fazendo um comparativo com a nossa existência, sob o ponto de vista Espírita, não é difícil vislumbrar a semelhança.
Quem consegue lançar uma visão panorâmica sobre a existência do Homem, identificará os enredos infinitos inseridos em peças e atos onde atuam estreantes ou veteranos, cada um aprimorando sua fala durante a execução da peça.
Os que ainda não entraram em cena, estudam o texto da existência que deverão desempenhar, e a partir da estreia, apenas buscar a serena tranquilidade de pouco lembrarem de onde vieram e para onde estarão indo, após o fechar das cortinas do palco terrestre.
Os que estão a desempenhar seus papéis, por vezes perdem o rumo do roteiro traçado. Alguns o retomam, outros perdem a marcação, e saem de cena, amargando o fracasso desse desempenho.
Haverá sempre a oportunidade de novas estréias, com o preço do esforço redobrado e da distância dos amados colegas que seguirão mais à frente.
Aqueles que encerram suas atuações, levando o aplauso da vida, mesmo que modesto, rumam a ou-tros palcos mais luminosos, onde o desempenho requer mais experiência. Há ainda aqueles que repetem suas atuações, dedicando-as a irmãos amados que ainda não terminaram suas performances.
Em nossa existência terrestre, somos autores e protagonistas de nossas peças, e figurantes de outras.
Podemos a cada dia reescrever os atos que estão por vir, sempre sob a direção do Pai.
O roteiro, por vezes, nos parece difícil a desempenhar. Esquecemos que antes de entrar em cena, participamos muitas vezes das definições dessa história. Sentimos então o ofuscar das luzes que nos cobram desempenho, e por vezes a incompreensão dos que assistem, na forma de vaias ou abandono da plateia, atingindo profundamente nossas disposições.
Mas há ainda, e muitos, os que aplaudem discretamente, estimulando nossos esforços, ou simplesmente calam, aguardando com amor e paciência o retorno ao palco.
Que possamos aprender a buscar nosso melhor desempenho no palco e na plateia da vida, entendendo que o sucesso dessas atuações depende de nós, a cada dia do desenrolar dessa história, que é construída por nós, e legada a nós mesmos, sob o eterno olhar amoroso do Pai.

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