6.9.11

Os efeitos da tática do elogio

Elogio é bom e todos gostam de ouvir. No entanto, há elogios que constroem e outros que mais atrapalham a vida das pessoas. O elogio sincero, aquele que destaca um aspecto positivo do indivíduo, é muito diferente daquele exagerado, que serve muito mais para encher o ego e a vaidade do outro. “Como você é maravilhoso!”, “você é genial”, etc, são expressões que pouco contribuem para o desenvolvimento do ser. Especialmente se estamos falando sobre crianças. 
Na obra Família e Espiritismo, ao abordar o Relacionamento entre pais e filhos, Carolina Flor de Luz Matos destaca a necessidade dos pais atentarem para o espírito de justiça tanto na premiação quanto na punição,  no elogio ou na crítica. “Muita gente acredita que o elogio aumenta a confiança da criança e faz senti-la segura, no entanto pode acontecer que o elogio resulte em tensão e mau comportamento”.
Lembra a articulista que a criança pode agir negativamente diante de um elogio na tentativa de mostrar “sua própria verdade” que está em desacordo com a mensagem emitida pelos pais. Segundo a autora, pode ocorrer que os pais digam ao filho “você é um garoto muito bom”, ele pode não aceitar a ideia, pois não pensa isto de si mesmo eis que um dia desejou que sua mãe não falasse tanto ou que seu irmão fosse passar a próxima semana no hospital. 
A partir disso, poderá reagir mal, demonstrando reserva sobre o que pensam dele.
O mestre em educação, psicólogo, palestrante e escritor paranaense Marcos Meier destaca que os elogios devem  destacar sempre valores éticos, não superficialidades como ocorre normalmente.
Nossos filhos precisam ouvir frases como: “Que bom que você o ajudou! Você tem um bom coração”; “Parabéns meu filho por ter dito a verdade apesar de estar com medo... você é ético”, “Filha, fiquei orgulhoso de você ter dado atenção àquela menina nova ao invés de tê-la excluído como algumas colegas fizeram. Você é solidária!”, “Isso mesmo filho, deixar seu primo brincar com seu videogame foi muito legal, você é um bom amigo!”. 
O psicólogo vai além, lembrando que os elogios  superficiais, aqueles que destacam aspectos ligados  à beleza, à esperteza,  ao charme são prejudiciais à criança pois não são baseadas em  ações reais, mas sim em impressões pessoais.
“Os elogios que ajudam a construir  estão fundamentados em ações reais, reforçam o comportamento da criança que tenderá a repeti-los. Isso não é tática paterna, é incentivo real”, destaca Meier.
A boa orientação que tiver na infância poupará o indivíduo de muitos enganos, assim como a má orientação poderá incliná-lo ao erro, destaca Carolina Flor da Luz Matos, lembrando que o elogio deve estar relacionado com o esforço e qualidade, visando extrair deduções positivas sobre sua personalidade.

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