9.3.12

O clube do ódio

O quê siglas como MMA, UFC e BBB têm em comum? E o quê têm a ver com a história da humanidade? 
Vivemos num mundo de momentos “fantásticos” onde a “curtição da adrenalina” é a bola da vez.  Aventuras radicais, como os esportes de ação, rapidez e velocidade, onde o corpo tem uma superexcitação das glândulas supra-renais, proporcionam a mesma sensação de prazer. Afinal, a adrenalina é um hormônio liberado em situações de “stress”, preparando o organismo para situações de defesa, reagir agressivamente ou de fuga. Por isso, os apaixonados por esporte querem sempre superar seus limites, suas marcas. 
Entre os esportes que sabemos saudáveis, tudo bem. Mas, e as arenas de esporte do UFC onde se digladiam os mais “feras” das artes marciais? Não mais os homens escravizados jogados a sorte de quem sairia vencedor apenas quando o outro já estivesse morto, nem os cristãos que eram atirados aos leões pelo Império Romano, mas, ainda assim, os espectadores presentes à platéia alucinada, de pa-letós e gravatas, ou trajes de gala (afinal é o dia do espetáculo!), ou mesmo dentro de suas casas, tomando uma cervejinha, torcem para que um ou outro possa dar o seu melhor e deixar o outro estendido no chão. E, enquanto a câmera não pega o esguicho de sangue que voa, parece não ter muita graça.
O mesmo ocorre nos famosos reality shows que proporcionam de tanto em tanto momentos ricos em discussões acaloradas, festas alucinantes regadas a muita bebida e muita sensualidade. Afinal, os participantes des-tas arenas agora, não são mais os gladiadores de ou-trora, mas, os famosos, ou, os corpos mais sarados e bem torneados escolhidos a dedo por aqueles que irão fazer o espetáculo render milhões, confinando-os num pequeno espaço onde os cultuadores do corpo escultural estarão vivenciando com os seus adversários, ou afins, em todos os momentos do dia. 

Jogo de seduções

Num jogo de seduções que demora meses para acabar, enquanto os edredons não se movimentam exageradamente demonstrando que a cobiça venceu, a massa acalorada não fica satisfeita. Enquanto esse assunto, que tomou o 1º lugar no ranking das mais diversas opiniões sobre censura ou não, nossa juventude e crianças ficam abertamente aculturando-se aos nossos olhos com esses grandes espetáculos da tevê. 
Reprimir, censurar, controlar, pode não ser a melhor saída, mas, a educação, o diálogo em casa com nossos filhos, a busca da reflexão, para analisar as diversas formas fantásticas com que o povo se diverte hoje, esse sim, pode ser o melhor caminho em formar cidadãos que não mais buscarão a cultura do ódio como forma de satisfação, mas, a cultura do amor, onde não mais acharemos graça ao ver um corpo estendido no chão. Ou, ainda, assistir cenas íntimas que somente interessam aos reais participantes da história.

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