17.4.12

Reencarnar

“Devemos ver na pluralidade das vidas da alma a condição necessária de sua educação e de seus progressos”.-Léon Denis


O homem pode, pelo menos, assegurar nesta vida uma existência futura menos cheia de amarguras?
– Sim, sem dúvida, pode abreviar a extensão e reduzir as dificuldades do caminho. Só o negligente se encontra sempre na mesma situação.
Pergunta 192 (a) – O Livro dos Espíritos – Allan Kardec

O vocábulo reencarnar nos diz claramente da significação de “fazer de novo a encarnação”, ou seja, repetir um processo que já foi feito.
Na abordagem espírita, reencarnar significa o espírito (e consideremos o Homem e a Terra nesta abordagem), após a morte do corpo físico em sua última vida corpórea, e passado um tempo necessário, habitar novo corpo físico.

Objetivo da reencarnação
Qual o objetivo da reencarnação? É o “melhoramento progressivo da humanidade”, como nos diz a resposta à pergunta 167 do Livro dos Espíritos.
Com este objetivo, lógico se deduz que a cada nova encarnação, possamos e devamos galgar patamares mais elevados na iluminação de nossas existências.
Dotados de livre arbítrio nós, espíritos que somos, temos a oportunidade de bem ou mal usufruir cada existência corpórea. O livre arbítrio não traduz somente a liberdade, mas, sobretudo a responsabilidade.
“(...) quase todos nós, trabalhadores da Terra, nos demoramos séculos no serviço de iluminação íntima, porque não basta adquirir ideias e possibilidades, é preciso ser responsável, e nem é justo tenhamos tão-somente a informação do raciocínio, mas também a luz do amor.” (1)

Contextos da vida

Fazendo uma relação entre os períodos de encarnação do espírito e os contextos de nossa vida terrena, tomemos a nossa formação escolar como exemplo.
Precisamos, sob orientação superior, ir galgando etapas que começam na alfabetização, desenvolvendo a habilidade motora, raciocínio, conhecimentos, aprendizado de análise crítica e outros.
Em todas as etapas há um planejamento, um roteiro destinado a dar andamento gradativo à aquisição de conhecimentos, respeitando a capacidade de cada um, até que em determinada idade já não precisamos ser totalmente guiados, adquirindo certa autonomia nas aquisições intelectuais.
Tendo a consciência deste contexto, não temos justificativa em não cuidarmos de nosso planejamento de vida, e estamos falando da vida eterna, que temos como espíritos.

Planejamento
Planejar nossa vida eterna, a partir do momento em que adquirimos a madureza da consciência, é não descurar de cada momento a ser vivido pensando nas consequências que advirão de nossos atos e pensamentos.
Programar nosso currículo eterno é matricular-nos na escola da paciência, no treinamento da indulgência, no estágio da caridade, na graduação do perdão e no mestrado do amor.
Evoluir é estudar o que nossa visão do saber nos revela, é estudar-se  como condição primordial de alavancar mudanças que garantirão o louro de um caminho luminar, através do saber que transforma-se em viver.

Retornar

Reencarnar, portanto, é retornar a um banco escolar, cuja posição será continuidade da existência anterior, e da qual deveremos ter obtido “boas notas” nas provas da vida, para que o planejamento prossiga evoluindo.
Reconciliar-se com seus desafetos, mesmo que parcialmente, desvencilhar-se de paixões enfermas, ainda que deixem marcas, libertar-se de vícios torturantes, ainda que com resíduos de perturbações, serão conquistas preciosas que integrarão nosso eterno currículo.
A Misericórdia Divina dá-nos o esquecimento temporário do passado e uma nova existência corporal para que, refeitos como em sono revigorante, possamos cursar o período de novas aulas, almejando sempre e eternamente uma nova formação.

(1) Missionários da Luz – Francisco Cândido Xavier –  Espírito André Luiz

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