Livro dos Espíritos, questão 775:
Qual seria para a sociedade o resultado do relaxamento dos laços de
família? – Uma recrudescência do egoísmo.
A
família foi uma das instituições mais importantes formada pelos
homens. Com o passar dos anos, suas peculiaridades foram se
transformando, devido à evolução alcançada pela humanidade,
evolução essa característica da Lei Divina do Progresso.
Inicialmente,
quando homens e mulheres agrupavam-se em bandos para garantir sua
defesa pessoal, conforme Lei de Preservação, na era Paleolítica,
agiam pelo instinto e multiplicavam-se pela procriação, sem
preocupar-se com suas ligações em relação aos indivíduos do
grupo. Essas uniões obedeciam aos costumes e respeitavam as Leis
Divinas, sem, no entanto, estarem fundamentadas em sentimentos mais
elevados como a abnegação, a fraternidade e o amor ao próximo.
Com
o desenvolvimento da inteligência, o homem sentiu a necessidade de
criar laços diferenciados em suas uniões, o que antigamente tinha a
finalidade da procriação, passou a ganhar um outro sentido. O
agrupamento familiar não foi somente direcionado ao casal que
procriava, mas uma organização passou a ser respeitada por todos os
descendentes desse par, reunidos na mesma casa, patriarcal ou
matriarcal, conforme cultura desenvolvida em cada sociedade.
Essas novas organizações
exigiam que os indivíduos que compunham os grupos familiares
cultivassem entre si sentimentos de respeito, lealdade, proteção,
atenção e como consequência do progresso moral, passaram a
compartilhar sentimentos mais elevados de cuidado, carinho e amor.
Sendo o amor desenvolvido intensamente entre aqueles que ocupavam os
papéis de mães e filhos e depois, também, entre pais e filhos,
irmãos, o próprio casal e assim por diante.
E
como nada no Universo é estacionário, transcorrem anos e anos e com
eles várias mudanças em relação à família podem ser facilmente
identificadas.
Àquelas
famílias enormes, aonde os filhos iam casando, mas permanecendo na
morada de seus genitores, conduzidas pelo patriarca que ordenava e
era rigorosamente respeitado, ou muitas vezes temido, foram se
dissipando e dando lugar a agrupamentos familiares menores, formando
núcleos. Hoje, o comum é casar e gerir a própria casa, é
responsabilizar-se pelos descendentes.
Os
modelos familiares também mudaram. As famílias constituídas por
pai, mãe e filhos ainda se formam, mas não raro, existem núcleos
constituídos por apenas mãe e filhos, pai e filhos, avós e netos,
apenas o casal, que optou por não ter filhos ou formadas a partir de
união homossexual.
Inúmeras
circunstâncias podem contribuir para a formação desse novo quadro
familiar. Podemos citar duas de larga abrangência: o livre-arbítrio
e as vicissitudes características da vida corpórea.
Independentemente das causas, não nos cabe saber e muito menos
julgar.
Seja
como for a forma, a família é bendito instrumento que Deus nos
possibilitou para que possamos vencer as más tendências que ainda
nutrimos, substituindo-as por sentimentos mais nobres de
fraternidade, solidariedade e amor, que somente o convívio com o
próximo pode nos proporcionar.
Na
família aprendemos a dividir e a multiplicar, por que cultivamos o
afeto pelos que compartilham conosco das alegrias, tristezas,
dificuldades, dos sonhos. É no lar que iremos aprender o Amor
Universal, para um dia, reconhecer o próximo como um integrante
dessa grande família espiritual que todos pertencemos, como nos
afirma Jesus: ”Um
dia seremos um só rebanho e haverá um só Pastor”.
Contudo,
na prática, a convivência em família não é tão fácil. Há
muitas dificuldades, desentendimentos e muito a modificar em nós
mesmos para tornar as relações familiares mais saudáveis.
Nos deparamos com seres
que possuem outras vivências, com características singulares, com
virtudes e más tendências, afetos ou desafetos que cultivamos em
existências anteriores. E assim é que aprendemos a conviver com as
diferenças, primeiramente com os indivíduos da própria família e
posteriormente com as pessoas que compõem nosso círculo de
amizades, de trabalho, enfim, no contexto social.
Sendo assim, todos os
desafios da vida familiar são extremamente educativos para o
espírito imortal, pois nascemos onde, quando e com quem
precisávamos. Portanto temos sim que investir nosso melhor em nossa
família e manifestar a fé dentro de casa, ao grupo que nos conhece
e sabe quem somos, pois certamente temos muito a aprender e muito bem
a fazer a esses espíritos.
Segundo
Emmanuel, no livro Vida e Sexo, psicografado por Chico Xavier, “De
todos os institutos existentes na Terra, a Família é o mais
importante, do ponto de vista dos alicerces morais que regem a vida”.
Neste
mês das mães, o DAFA – Departamento de Assuntos da Família,
gostaria de deixar um grande abraço fraterno a todas as mães, pais,
avós e demais familiares que contribuem nessa sublime tarefa de
encaminhar seres, temporariamente a nós tutelados, no caminho do
bem. Muita paz!
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