10.6.12

Porque devemos ser caridosos


Amar o próximo como a si mesmo; fazer aos outros o que gostaríamos que fizessem por nós é a expressão mais completa da caridade, pois resume todos os deveres em relação ao próximo. - O Evangelho Segundo o Espiritismo – Capítulo 11, item 4

O que se entende pela palavra caridade?
“É o amor que move a vontade à busca efetiva do bem de outrem”, diz-nos o dicionário Aurélio, da Língua Portuguesa.
Quando aportamos novamente ao plano material para encetar mais uma jornada de oportunidades, recebemos do meio familiar, seja ele qual for, o aprendizado necessário para que a marcha evolutiva siga seu caminho.
Neste aprendizado, não só recebemos os recursos que nos facultam a autonomia na vida em termos materiais práticos, mas principalmente os valores morais que determinarão nossa conduta e nossa tendência para definir os caminhos que anelaremos seguir.

Com os valores morais adquiridos em nossa infância e adolescência, aliado à nossa determinação em seguir caminhos, singraremos os mares da existência enfrentando os reveses das provações necessárias ao nosso progresso, bem como fruindo ainda nesse período muito o resultado do plantio das boas ou más  atitudes de tudo que nos suscita ações.
Nossos desejos de realização pessoal consumirão nosso tempo e energia para obter o bom termo. 
Cabe a nós determinar os caminhos a seguir, o período necessário em que esses esforços serão empregados e quanto mais conscientes estivermos dos resultados finais, mais eficientes serão os resultados.
Contudo, quantos de nós, principalmente quando jovens, tem a exata consciência de quais serão as melhores escolhas?
Se concentramos nossos esforços para a realização  dos desejos mais imediatos e individualistas baseados nas necessidades ordinárias materiais, que possam exacerbar nossos sentimentos de orgulho e luxúria, poderemos ter dois desfechos: a realização do pretendido, ou a frustração do objetivo não alcançado.
No primeiro, feita a saciedade dos desejos, e não enxergando nada mais além disso, a vida começa a ficar vazia pois aparentemente nada mais há a pretender. Neste vazio, começa a busca por si.
No segundo, malbaratados os esforços e frustradas as realizações dos desejos, e não enxergando nada mais além disso, vem o desespero, a decepção, a vida sem sentido. Nesta derrota, começa uma luta íntima.
Segundo Joanna de Angelis, em Fonte de Luz: “Ninguém alcança a realização plena, sem experienciar o auto-encontro”.
O que falta então para estes casos? Objetivos enobrecedores.
Na vida de relação, que é a nossa vida em todo o Universo, não há sucesso quando a busca privilegia somente o indivíduo.
A interação entre as criaturas de Deus faz parte do próprio motor do Universo, criado e regido por Ele.
Para que a riqueza moral do indivíduo prospere, é necessário que o outro receba primeiro.
“Fora da caridade não há salvação”, diz-nos o Evangelho Segundo o Espiritismo.
Quando conseguimos enxergar os que nos cercam, reconhecendo suas mazelas, suas necessidades, suas limitações e defeitos, sem que com isso deixemos de conceder-lhes pelo menos nosso desejo de melhora, estaremos nos libertando.
No auto-encontro, quando reconhecemos em nós os aspectos acima relatados, percebemos que faz-se necessário iniciar o movimento de apoiar o outro no que falta em nós, e de receber do outro o que em nós já habita.
É a liberdade que a prática da caridade nos traz.
Se ainda não percebemos o que isto significa, sempre será tempo de começar, de preferência antes que a vida comece a ficar vazia, ou os caminhos da dor nos turvem a visão do porvir.

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